Archive for agosto 2010

Crítica de Cinema: O Último Mestre do Ar

Posted by Programa Enter

Por: Ronaldo D'Arcadia

Seria este filme uma obra mal compreendida ou uma homenagem apenas para os fãs? O certo é que “O Último Mestre do Ar” não satisfaz nem gregos e nem troianos.



M. Night Shymalan é o próprio mistério. Quando surgiu com “Sexto Sentido” foi glorificado como mestre do cinema, e sua obra copiada maciçamente a ponto de sua premissa se tornar um clichê a ser esquecido. Logo após veio “Corpo Fechado”, considerado por muitos, um dos melhores filmes de heróis já feito, e realmente na época esta linguagem “Alan Moore” de ser dos super poderosos nem vislumbrava a luz do sol em Hollywood. Após “Sinais” e “A Vila” as coisas ficaram meio estranhas. Apesar dos roteiros forçados e deficientes (roteiros que eram sua arma letal), o indiano revelação sempre teve uma ótima mão na direção, trabalhando muito bem o suspense e direcionando de forma correta seus atores. Depois vieram os péssimos “A Dama na Água” e “Fim dos Tempos”, fracassos retumbantes de bilheteria que colocaram a carreira do diretor em uma espécie de torpor, da onde todos esperamos que ele desperte. Infelizmente ainda não aconteceu.

Em seu novo filme, Shymalan, guiado pelo entusiasmo de suas filhas, resolveu adaptar (algo inédito em sua carreira de diretor) o desenho animado “Avatar: The Last Airbender”, exibido pela Nickelodeon desde 2005. A série conta a história de Aang, um garoto mestre do ar que precisa amadurecer logo, pois ele é o profetizado Avatar, um ser de habilidades extraordinárias e o único capaz de controlar todos os elementos: Ar, Água, Terra e Fogo. Após cem anos de sua ausência, seu mundo encontra-se em guerra, e Aang tem de trazer novamente o equilíbrio entre os povos, finalizando assim o conflito iniciado pela Nação do Fogo. Acompanhado por seus amigos de jornada, os irmãos Katara e Sokka, e os engraçados Appa e Momo (um bisão gigante voador e um lêmure orelhudo também voador), o jovem Avatar terá de apreender a domar seus poderes e também seus sentimentos, e para isso precisa encontrar professores a altura de seu aprendizado.

A concepção do filme é uma trilogia, assim como a série original, divida em três temporadas, sendo intituladas como “Livro Um: Água”, “Livro Dois: Terra” e “Livro Três: Fogo”. No primeiro capítulo Aang deve aprender a dominar totalmente o elemento água, e parte em busca de um mestre na Tribo da Água do Norte. Esta é a história que Shymalan conta em seu filme.

Apresentando com fidelidade diversos momentos do desenho – como a bela abertura, milimetricamente reproduzida -, o diretor e roteirista acerta em muitas escolhas na hora de transferir a obra para um novo meio, mas erra em diversas outras. Com a consultoria dos criadores do programa, Michael Dante Dimartino e Bryan Konietzko, algumas misturas de eventos são feitas de forma interessante, para assim poder correr com a trama e não passar por cima de muita coisa, só que infelizmente nem tudo sai como o planejado, e apesar da simetria de várias cenas, diversas mudanças são incomodas, principalmente nos momentos finais. Outro fator praticamente extirpado na adaptação é o humor natural e jovem do seriado, uma praia que Shymalan nem vislumbra alcançar. Poucos momentos fazem referência a este humor (como Katara congelando Sokka por acidente), mas eles são tão raros que nem vale apena rir deles. Mesmo Appa e Momo perdem toda sua presença, renegados a meros figurantes.

No geral, como filme, “O Último Mestre do Ar” tem muitos problemas. O início é promissor, com personagens sendo apresentados e revelações anunciadas. Já o segundo ato é maçante, pois perde seu foco em meio ao desenvolvimento da trama dos mocinhos e dos vilões, culminando no terceiro ato, alicerçado primordialmente nas cenas de ação. Visualmente belo, os efeitos especiais são de encher os olhos. Toda manipulação de ar, água, terra e fogo são orgânicas e muito realistas, com sequenciais realmente arrepiantes. A desenvoltura dos golpes chama atenção, e todo balé das lutas é calcado no kata de diferentes artes marciais, como Baguazhang, Tai Chi, Hung Ga e Kung Fu Shaolin.

Diferente de seus outros trabalhos, a trilha sonora de James Newton Howard (“Sexto Sentido”, “Corpo Fechado” e “Sinais”) não alcança um nível satisfatório, ficando apenas na tentativa de emular trilhas de grandes épicos, como “Senhor dos Anéis” ou mesmo “Star Wars”. Já a fotografia de Andrew Lesnie (Trilogia “Senhor dos Anéis”) é competente, mas foge totalmente da paleta de cores vivas da série original, ficando apenas na frieza do azul acinzentado.

O time de atores é, em sua maioria, constituído de caras novas e inexperientes. Aang é interpretado pelo campeão de artes marciais de Dallas, Noah Ringer. Escalado principalmente por suas habilidades de luta e sua semelhança com o Avatar, Ringer é limitado como ator e não desperta muito carisma. Seu Aang é bem diferente do seriado. Muito mais centrado e coeso, ele parece não precisar de muito amadurecimento, e seu jeito “moleque de ser” praticamente não existe. Katara e Sokka são vividos por Nicola Peltz e Jackson Rathbone (da série Crepúsculo). Ambos ficaram incrivelmente parecidos com os irmãos, só que apenas fisicamente, pois enquanto Katara está muito melancólica, Sokka está muito “racional”, sempre com o ar de guerreiro honrado, sem soltar praticamente nenhuma besteira.

Já o time do mal é encabeçado por Dev Patel (“Quem quer ser um Milionário?”) interpretando o rancoroso príncipe Zuko. Patel até que tenta usar bem os dilemas de seu personagem, mas não tem muito espaço dentro do atropelamento ironicamente entediante do segundo ato. Como coadjuvantes temos Shaun Toub como um Tio Iroh totalmente sem humor, mas com muita serenidade. Aasif Mandvi é o ordinário Comandante Zhao, também muito exagerado e canastrão. Para terminar, Cliff Curtis interpreta o Senhor do Fogo Ozai, personagem que nem sequer da as caras na primeira temporada.

Como resultado final, temos uma obra que, ao mesmo tempo em que homenageia “Avatar: The Last Airbender”, acaba errando em pontos primordiais. Para aproximar a série de seu estilo cinematográfico, Shymalan deixou tudo muito sério e frio, mas apesar de ter sido massacrado pela crítica internacional, o filme não chega a ser péssimo, mas não é muito mais que isso. Para aqueles que não conhecem Aang e sua trupe, não apreciar a obra parece ser um caminho certo, para aqueles que conhecem, fica uma sensação indigesta de que o longa não tem o “verdadeiro espírito” da série. Correndo o risco de não conseguir concluir a trilogia, Shymalan dá outro tiro no pé, e literalmente adormece cada vez mais em seu torpor sem criatividade.



Crítica de Cinema: A Origem

Posted by Programa Enter

Por: Ronaldo D'Arcadia
Simplesmente arrebatador. O filme “A Origem” é uma obra prima a ser reverenciada.

Parece que a antiga lógica “BlockBuster vs. Arte” vem perdendo força nos últimos tempos. Doa a quem doer, é verdade. E um possível marco simbólico desta realidade é o filme “Avatar”, feito com milhões de dólares, para gerar bilhões de dólares, e ainda assim ser genial em termos de criatividade cinematográfica (e mesmo assim não levar quase nenhum Oscar. Vai ser hipócrita em outro lugar!). “A Origem” é um exemplo dessa “nova vertente” do cinema mundial, onde um diretor brilhante, neste caso Christopher Nolan, consegue unir todos os elementos necessários para o sucesso ($$) nos dias hoje, e ainda ter o luxo de contar uma história inesquecível e de qualidade.

O “sonho” começa com Cobb (Leonardo DiCaprio) e Arthur (Joseph Gordon-Levitt) tentando roubar uma informação do misterioso Saito (Ken Watanabe). Infelizmente a linda Mal (Marion Cotillard), mulher de Cobb, estava neste “sonho” também, e sua tendência é sempre estragar as coisas. Só que Saito tinha uma carta na manga: Tudo aquilo foi um engodo, apenas um teste para Cobb e sua equipe. Ele precisa de um tipo inusitado de serviço, por isso queria ver o resultado com seus próprios olhos, mesmo que eles estivessem fechados. Sim, como podem ter percebido estou falando do mundo do inconsciente. Cobb é um especialista em invasão de sonhos. Como isto é feito? Que tipo de tecnologia eles usam para isso? Não é explicado, e particularmente isso pouco importa, é outra história.

Encurralado pelo poder de Saito, homem rico e influente, Cobb aceita o serviço, que tem uma pequena particularidade, ele não precisa roubar nenhuma informação, ou melhor, nenhum segredo, ele precisa plantar algo, algo forte o bastante para mudar destinos e nações: uma idéia. O alvo é Robert Fischer Jr. (Cillian Murphy), herdeiro de uma mega corporação. O objetivo: fazer com que ele divida sua empresa após a morte do pai. Uma estratégia corporativista dos tempos modernos.

A missão não é fácil. Aparentemente se falamos “Não pense em um elefante”, logo imaginaremos um, ou seja, a mente sempre irá perceber quando é induzida a acreditar em uma coisa. Talvez manipulação fosse um caminho mais certo, só que bem mais demorado. Embora todos duvidem que tal coisa possa ser feita, Cobb afirma o contrário, mas para que isso funcione seria preciso ir bem fundo, um sonho dentro de outro sonho, dentro de outro sonho. Pode ser feito, mas pelo fato de ser muito instável, é preciso sedativos pesados. Dentro de um sonho você sente dor, só que ao morrer apenas acorda, mas se estiver sedado você só acordará quando o efeito da droga passar, e nesse meio tempo, em que está morto, você irá para algum lugar de sua mente onde não gostaria de estar. No sonho o tempo é lento, cinco minutos são quase uma hora, e quanto mais profundo você vai, quanto mais sonhos você imerge dentro de um mesmo sonho, mais lento fica o tempo, sendo que horas podem se tornar anos.

Nesse local inusitado, todas as particularidades do subconsciente de quem tem o sonho invadido são projetadas de formas simbólicas, como por exemplo, segredos, que são protegidos em cofres e bancos. Mas uma idéia, essa precisa ser inserida dentro de uma verdadeira fortaleza.

O conceito de “A Origem” é brilhante. Sendo impossível evitar uma comparação prematura, o longa se assemelha a genialidade por trás de “Matrix”, mas em momento algum disputa com a obra no quesito criatividade. Com uma direção simplesmente inspiradora, o visual é arrasador, assim como suas cenas milimetricamente elaboradas. O trabalho de Nolan com certeza é dobrado, devido aos problemas encontrados ao se filmar com IMAX (peso da câmera, enquadramento, ruído), mas a qualidade é impressionante e o resultado na tela grande incomparável. Apenas poucos por cento de um rolo de filme IMAX são salvos na pós-produção, mas este mínimo é o suficiente para entregar a mais perfeita definição que existe hoje, em 70 mm. Utilizando sabiamente o slow motion e efeitos especiais incríveis, o diretor cria seqüências de literalmente tirar o fôlego, sendo os momentos finais do longa, um dos atos mais tensos do cinema. Acompanhamos em tempo real três cenários diferentes, onde todos os personagens estão inseridos ao mesmo tempo, e cada atitude, movimento ou mesmo som, influenciam na realidade destes locais.

Todo escrito por Nolan, o filme invade e reinventa o mundo dos sonhos sem ao menos pedir licença. Somos informados que, com a aparelhagem certa é possível entrar nos sonhos de alguém, podendo manipular quase tudo. Existe um construtor, interpretado no filme pela jovem Ellen Page. Esta arquiteta do inconsciente tem o trabalho de planejar os cenários: prédios, ruas, pontes, e então a mente preenche os detalhes. Enquanto treina suas habilidades em uma simulação, podemos ver a grandeza e o poder que existe em suas mãos, quando uma cidade toda se dobra como uma folha de papel. Já as pessoas que povoam este mundo ilusório surgem do subconsciente do sonhador, rostos familiares, projeções de sua vida, ou mesmo verdadeiros pesadelos.

A trilha sonora é a cereja do bolo. Ela é composta pelo mestre Hans Zimmer, que tem em seu currículo desde “O Rei Leão” a “Gladiador”, da Trilogia “Piratas do Caribe” a nova trilogia “Batman” (assim esperamos). Seus temas sombrios, hora melancólicos, e por muitas vezes arrepiantes, são fundamentais para o ritmo e desenvolvimento da trama. Tudo fica melhor com as trilhas de Zimmer.

O astro você conhece. Leonardo DiCaprio, que parece não errar nunca, talvez devido ao fato de sempre escolher os melhores trabalhos. Ele entrega novamente um homem perturbado, que tem uma relação difícil com sua esposa e um passado muito complicado. De tão fortes, seus sonhos cheios de marcas dolorosas acabam sendo um grande problema para seu trabalho. Ellen Page também está excelente como a arquiteta já citada, Ariadne. Com simplicidade ela interpreta esta estudante que tem a possibilidade de levar a “pura criação” aos limites mais extremos. Meiga e muito inteligente, sua participação na equipe é de fundamental importância para o resultado final. Joseph Gordon-Levitt chama atenção com o fiel escudeiro Arthur. Ator experiente, Levitt começou cedo, e somente agora sua carreira está recebendo o devido valor, fato que pode ser consumado no próximo Batman (Uma charada para vocês). O time de apoio conta ainda com Tom Hardy como o falsário Eames, Ken Watanabe como o poderoso Saito, Cillian Murphy como o triste Robert Fischer Jr., alvo da empreitada principal. Marion Cotillard emprega todo seu talento como a assustadora e perturbada esposa Mal, uma das vilas mais inusitadas dos últimos tempos. Personagens perfeitamente construídos e explorados, atores empolgados e inspirados pela incrível história.

Isso pode parecer besteira, mas quando saí do cinema após assistir “A Origem”, olhei para tudo de uma forma diferente. Durante aquele tempo, ainda anestesiado pelo filme, tudo realmente parecia um sonho, todas as pessoas, os carros, os prédios, que poderiam naquele momento se dobrar sobre mim, e eu acharia bem normal. O sentimento passou, mas não o deslumbre da obra. “A Origem” é um filme que, além de te fazer pensar, te faz sentir. Depois dos excelentes “Amnésia”, “Insônia”, “Batman Begins/Cavaleiro das Trevas” e “O Grande Truque”, Cristopher Nolan realiza sua obra prima, pelo menos até o momento. Com um final incrível, fica a pergunta: tudo é sonho ou realidade? Para está questão não existe certo ou errado, tudo é possível, até um peão que não para nunca de girar.

Crítica de Cinema: Meu Malvado Favorito

Posted by Programa Enter

Por: Ronaldo D'Arcadia

Trazendo valores família, “Meu Malvado Favorito” cumpre seu papel de divertir, mas não vai muito longe.

Ser o maior vilão do mundo sempre foi o sonho de Gru (Steve Carrel). Ele já realizou algumas façanhas, mas nenhuma que alavancasse sua carreira no mundo do crime. Após descobrir que o mal feitor Vetor (Jason Segel) roubou as Pirâmides do Egito, ele se vê obrigado a agir, bolando assim um plano fantástico: Adquirir uma arma encolhedora e roubar a lua, entrando de vez para o hall da fama do mal. A tarefa seria ingrata senão fosse a inusitada ajuda da qual necessitaria: a de três pequenas órfãs. Este relacionamento, primeiramente baseado apenas em interesses malignos, revelaria então que no peito de Gru bate um coração.

“Meu Malvado Favorito” é uma boa diversão, apesar de muitas inconsistências no roteiro que se baseiam em mudanças drásticas demais, pouco enfáticas e não justificadas. Mas todo o universo criado para o longa realmente respira essa falta de senso, e por vezes essas discrepâncias atuam também como um ponto positivo, como o fato de Vetor pintar a pirâmide roubada com as cores do céu, deixando com que fique exposta bem atrás de sua casa.

O interessante da obra é o trabalho psicológico que aborda. Apesar das coisas acontecerem rápido demais, a mensagem do filme é muito positiva e explora fortemente o relacionamento entre pais e filhos. Gru, desde muito pequeno, sempre quis surpreender sua mãe com suas invenções mirabolantes, mas nunca recebeu a atenção necessária, pelo contrário, sempre foi destratado e desmotivado. Por ser desmerecido a vida toda pela pessoa que ama, Gru só poderia virar um vilão mesmo, ou seja algo ruim e pouco construtivo, e o pior é que ele gosta disso e quer ser o melhor, pois já que não conseguiu ser bom, só lhe restou o mal.

Em contra partida temos as órfãos Agnes, Edith e Margô, crianças adoráveis que teriam tudo para serem tristes e desiludidas. Só que mesmo com os maus tratos da sem caráter Miss Hattie (Kristen Wiig), as crianças são adoráveis e lindas. Fica a cargo delas desmanchar o coração de pedra de Gru, que as adotou pensando apenas em seu plano maligno. Apesar de muito interessante e bonita a mensagem, ela não é trabalhada de forma satisfatória, diferente da Pixar (impossível não comparar) que esmiúça de forma primorosa seus dramas. No geral tudo perde espaço para o plano maquiavélico do vilão.

Toda a força do filme está principalmente no visual e no humor pastelão. Todo esquisito, Gru é uma caricatura viva, que só de olhar já provoca risos, levando tiros de canhões então fica melhor ainda. Junto a ele temos o hilário (e bem surdo) Dr. Nefário (Russell Brand), braço direito de Gru e responsável pela parte técnica das operações. Seus assistentes, os minions, são o melhor do longa e levam a quinta potencia o fator pastelão. Falando poucas palavras, quase sempre sem muito nexo com o que estão fazendo, esses pequenos seres amarelinhos, que mais parecem M&Ms, roubam a cena e protagonizam alguns dos momentos mais engraçados.

Com uma trilha sonora cool, o filme ganha muito, seja no tema do vilão, com um rap que traz toda a suposta malandragem do personagem ao se vangloriar de como é desprezível (Despicable Me), ou também com icônica “Sweet Home Alabama” do grupo setentista Lynyrd Skynyrd. Está música serve de tema para uma família americana de caipiras que visita as pirâmides e tira fotos como se uma delas estivesse em seus ombros. Humor de estereótipos feito com inteligência.

“Meu Malvado Favorito” agrada, só que não mais que isso. Teria dado tudo para assistir a versão legendada do filme, pois que tarefa difícil é substituir Steve Carrel e Jason Segel. Está missão quase impossível ficou a cargo de Leandro Hassum e Marcius Melhem, dupla dinâmica, tipo o gordo e o magro, que apresenta o programa “Os Caras de Pau” aos domingos na rede Globo. Melhen se sai bem e consegue por vezes desaparecer por trás de seu Vetor, mas Hassum não agrada nem um pouco como o personagem principal. Realmente uma pena, pois minha nota final foi fortemente afetada por isso. Já todo o elenco de apoio foi substituído por dubladores profissionais, com um resultado positivo. Final razoavelmente feliz para este malvado de meia tigela.